A visibilidade completa da TI exige contexto de risco ao negócio

Ter uma percepção completa, detalhada e continuamente atualizada de todos os ativos de TI é um dos suprassumos das equipes de segurança. Para conseguir isso, primeiro precisamos entender o que realmente significa "visibilidade" — é mais do que apenas identificar o que existe por aí e saber os desafios que precisam ser enfrentados.
Se observarmos o ponto de partida de qualquer estrutura de segurança da informação ou prática recomendada dos últimos 20 anos, descobriremos que a fase inicial é a "descoberta", a "identificação", a "compreensão" ou alguma variação dessas opções. No coletivo, todos dizem que não podemos proteger aquilo que não sabemos que temos; ou, mais especificamente, não podemos começar a tomar boas decisões de como/onde proteger nossos ambientes se não sabemos aquilo que temos. Ter uma visibilidade ampla dos ativos que fazem parte da nossa infraestrutura geral é uma peça-chave fundamental de qualquer programa de segurança bem-sucedido.
Apesar de ser algo amplamente aceito e reconhecido, a maioria dos profissionais de segurança afirma que chegar ao estado de visibilidade completa ainda é extremamente difícil. As equipes de segurança implementam um amplo leque de ferramentas, passam muito tempo integrando conjuntos de dados de sistemas de gerenciamento de ativos e outras possíveis fontes de informação e, no entanto, poucos dirão que se sentem confiantes de que realmente entendem o ambiente. Por quê? Na maioria das vezes, tudo se resume a duas considerações importantes que não estão sendo abordadas quando as organizações tentam entender seus ambientes:
- Você está, de fato, procurando e identificando todos os seus ativos ou apenas aqueles que você acha que conhece?
- Você entende o contexto dos ativos no que se refere a achados de segurança, riscos e impactos para a organização?
Em primeiro lugar, alcançar a visibilidade completa significa identificar e avaliar todos os ativos técnicos do ambiente, não apenas os "fáceis", que são familiares à maioria das equipes de TI e segurança. Embora começar com servidores, estações de trabalho, equipamentos de infraestrutura de rede e outros dispositivos tradicionais de TI seja uma prática excelente, é muito comum que outros ativos passem despercebidos ou sejam completamente esquecidos. O que mais existe? Pergunte-se se a sua equipe está identificando os seguintes ativos:
- Bancos de dados;
- Aplicações Web;
- OT/ICS/SCADA/dispositivos de IoT industrial;
- Infraestrutura da nuvem;
- Plataformas de virtualização;
- Contêineres;
- Serviços de orquestração da nuvem;
- Configurações da Infraestrutura como Código (IaC);
- Active Directory/credenciais/grupos;
- Hosts voltados ao público/hostnames/registros.
A lista não para por aí. Embora identificar esses tipos de ativos possa ser visto como algo muito difícil, eles ainda são extremamente importantes para a maioria das empresas, estão sob risco de ataques cibernéticos e, se comprometidos, afetarão o bem-estar financeiro e a reputação da organização. Se as equipes de segurança desejam dar um passo inicial importante para uma melhor visibilidade e um entendimento mais completo do ambiente, precisam englobar todos esses ativos, indo além dos mais tradicionais com os quais todos temos familiaridade.
É por esse motivo que a Tenable amplia continuamente as ferramentas disponíveis na nossa plataforma para poder identificar ativos como esses de forma segura e adequada e colocar esses dados em um único local. A identificação das vulnerabilidades e de outros riscos de segurança começa com a capacidade de identificar e entender o alvo. Com esse nível de visibilidade, as organizações estão em melhor posição de entender onde estão os maiores riscos no ambiente e começar a tomar as medidas necessárias para mitigar os riscos mais importantes.
Porém, algumas organizações podem ter progredido até o ponto de se tornarem realmente boas na coleta de dados de inventário de ativos e terem uma boa compreensão de como é o ambiente. Contudo, este é mais um ponto em que as coisas começam a cair por terra. A presença de muitos dados discrepantes, geralmente espalhados em vários repositórios diferentes, significa que as equipes de segurança precisam fazer uma grande transformação a fim de reunir as informações em um só lugar para melhor análise e descobrir maneiras de normalizar as informações coletadas. Afinal de contas, nem todo ativo tem um endereço IP ou um nome de host. Os repositórios de código não têm os mesmos identificadores de uma instância de contêiner. As aplicações Web podem ser identificadas por nome de domínio ou URL, mas um controlador lógico programável (PLC) industrial pode nem mesmo estar conectado a uma rede conhecida.
Não são apenas os identificadores de ativos básicos que são variados e complicados. Todo tipo de achado de segurança ou vulnerabilidade será igualmente diferente e discrepante, a depender do próprio ativo. Um servidor pode ter uma vulnerabilidade fácil de identificar, com um número CVE atribuído, mas uma configuração incorreta da IaC não tem nenhum identificador padrão. Vulnerabilidades de aplicações Web, como injeção de SQL e script entre sites, são mais técnicas do que vulnerabilidades de SO específicas e sistematicamente identificáveis. No universo do Active Directory, os problemas de segurança subjacentes decorrem de um comprometimento de como o AD funciona e valida as credenciais em toda a empresa — esses não são aspectos corrigidos pela aplicação de um patch ausente.
Se sua equipe de segurança foi incumbida de tentar entender os riscos do ambiente e tomar as decisões de onde e o que mitigar primeiro, por onde começar quando não se está analisando coisa com coisa? Na verdade, esses tipos de dados discrepantes não são nem "alhos ou bugalhos", estão mais para uma grande torre de babel. Entender o contexto por trás dos ativos e dos seus achados de segurança é essencial. Primeiro, precisamos reunir todas essas informações e normalizá-las de forma que haja uma maneira constante e mensurável de entender o risco imposto ao negócio por cada uma dessas descobertas. Depois, podemos começar a relacionar os diversos fatores de risco entre si e tomar a melhor decisão possível sobre o principal ponto de risco da organização, a dimensão do risco imposto e o que é preciso fazer para mitigá-lo. A coleta de dados já é difícil o bastante, mas mesmo que você administre essa parte, não irá muito longe se não conseguir focar no que realmente é importante. Restarão a você muitas planilhas e bancos de dados para gerenciar enquanto continua se perguntando por onde começar.
Quer mais orientações para sua estratégia de segurança? Confira a Retrospectiva do cenário de ameaças 2021 da Tenable, que oferece uma análise abrangente do cenário de ameaças do ano de 2021, e veja o webinar "Exposure Management for the Modern Attack Surface: Identify & Communicate What's Most at Risk in Your Environment and Vital to Fix First" para obter informações que profissionais de segurança possam usar para melhorar de imediato a segurança.
Artigos relacionados
- Gerenciamento de ativos
- Gerenciamento de vulnerabilidades baseado em riscos